terça-feira, 20 de janeiro de 2009

TRINTA POR UMA LINHA - CRÓNICAS DA VIDA QUE PASSA

O PROMETIDO É DEVIDO

Não sei se teremos todos um destino já escolhido para a vida de cada um de nós.
Mas na realidade, gostaria imenso que não tivéssemos nenhum destino marcado, porque isso, a meus olhos, tornaria absolutamente inútil todos os nossos esforços para mudar a nossa própria vida e para nos mudarmos a nós próprios. Porque era inútil esse esforço, uma vez que já estava decidido o futuro, tornava-se por isso mesmo um esforço inglório, injusto e até cruel.
Isto tudo só para dizer que todos dias acabamos por ter uma oportunidade para mudar as coisas. Uma oportunidade para sermos diferentes, uma oportunidade para mudar de rumo.
Portugal precisa hoje em dia, mais do que nunca, de acreditar que o destino não está escrito nas estrelas, que o destino somos nós que o fazemos, dia a dia, em cada palavra, em cada gesto, em cada motivo que encontramos para acreditar nesta Terra, nesta Pátria Mãe.
A Pátria não podem ser 11 sujeitos com uma tshirt e umas cuecas largas a correr atrás de uma bola. A Pátria somos nós e os nossos filhos, o nosso território, a nossa gente, do nosso sangue ou da nossa Nação...
E se um dia, em Ourique, nos prometeram uma Pátria, e nos disseram que "eramos livres porque o nosso Rei também era livre", não se lembrem agora do alto do vosso pedestal de dar cabo dela. É que nós não somos todos banqueiros nem assaltantes de bancos e queremos de novo a nossa Pátria, porque se o prometido é devido, um dia podemos perder a paciência!

Abílio Cardoso Bandeira

4 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem Abilio! Já tinha saudades das tuas crónicas!
Tenho que mostrar à minha mãe, ela é tua fã, mas isso já sabes...
Um abraço e continua
M

António MR Martins disse...

Abílio,

Belíssima crónica...muito bem escrita e subrepciamente relevadora da nossa participação (como dever) na vida de uma nação, a nossa pátria... Portugal.
Nunca seremos tão livres (puramente valorizando) como o rei seria (ele próprio) na altura que assim se expressou... até porque a liberdade de cada um termina onde começa a do seu igual. E isso generalizadamente o ser humano não consegue fazer, porque se o fizesse (e soubesse fazê-lo) seriamos livres de certeza absoluta.

Com o que acabou de escrever só posso tomar uma atitude... continuar a nutrir uma especial admiração pela sua pessoa, pelo que em si representa e pelo que maduramente escreve.

Um abraço fraterno e amigo.

António M.R.Martins
(Notas de Carvalhal-Miúdo e Ladeiras de Góis)

António MR Martins disse...

Abílio,

Por lapso escrevi subrepciamente, quando devia ser subrepticiamente.

Abraço

A.C.B. disse...

Amigos António e Marisa, muito obrigado pelos vossos sempre amáveis comentários.